Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

nivelar-por-cima

As pessoas são melhores se descobrirmos o que nelas há de melhor. A sociedade torne-se melhor se as pessoas forem niveladas por cima.

nivelar-por-cima

As pessoas são melhores se descobrirmos o que nelas há de melhor. A sociedade torne-se melhor se as pessoas forem niveladas por cima.

Porque não voto António Costa & Cª

António Costa.jpg

 

António Costa (António Luís Santos da Costa), (Lisboa, São Sebastião da Pedreira, 17 de Julho de 1961). Foi Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, de 2007 a 2015. É o actual secretário-geral do Partido Socialista, desde Novembro de 2014.

De origem Goesa católica, é filho do escritor Orlando da Costa (de ascendência Goesa católica e Francesa, descendente directo por varonia de Marada Poi, Brâmane Gaud Saraswat do século XVI) e da sua primeira mulher a jornalista Maria Antónia Palla, e meio-irmão do jornalista Ricardo Costa, filho de Inácia Martins Ramalho de Paiva. É primo em segundo grau de Sérgio Vieira e de José Castelo Branco.

Em 2014, António Costa conseguiu que se realizassem eleições primárias, onde qualquer cidadão não filiado noutro partido podia votar, vencendo António José Seguro e alcançando o lugar o secretário-geral do Partido Socialista. Posteriormente informou que as eleições primárias não eram para manter como norma no Partido Socialista.

Condecorações de António Costa:

Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal (1 de Março de 2006)

Grã-Cruz da Ordem do Mérito Real da Noruega (25 de Setembro de 2009)

Cruz de 3.ª Classe da Ordem da Terra Mariana da Estónia (16 de Julho de 2010)

Grã-Cruz da Ordem do Mérito da Lituânia (16 de Julho de 2010)

Grã-Cruz da Ordem do Mérito do Chile (31 de Agosto de 2010)

Grã-Cruz da Ordem de São Gregório Magno do Vaticano ou da Santa Sé (3 de Setembro de 2010)

Grã-Cruz da Ordem Pro Merito Melitensi da Ordem Soberana e Militar de Malta (23 de Novembro de 2010)

Comendador com Estrela da Ordem da Polónia Restituta da Polónia (18 de Julho de 2012)

Comendador da Ordem de Rio Branco do Brasil (19 de Maio de 2014)

Grã-Cruz da Ordem do Tesouro Sagrado do Japão (16 de Fevereiro de 2015)

Grande-Oficial da Ordem do Mérito da Polónia (16 de Fevereiro de 2015)

 

O pai: Orlando da Costa

 

Orlando António Fernandes da Costa (Lourenço Marques, 2 de Julho de 1929 — Lisboa, 27 de Janeiro de 2006).

Nasceu em Moçambique, filho de Luís Afonso Maria da Costa, Goês católico, descendente directo por varonia de Marada Poi, Brâmane Gaud Saraswat do século XVI, e de sua mulher Amélia Maria Frechaut Fernandes, nascida em Moçambique, de origem Francesa, e irmão mais novo de João José Fernandes da Costa, casado com Sinnika Jussilainen, Finlandesa, com uma filha Anna Karina Jussilainen da Costa e um filho Luís Rohin Jussilainen da Costa. Passou a infância e juventude em Goa, até se mudar para Lisboa.

Foi militante do Partido Comunista Português, desde 1954, onde, à data da sua morte desenvolvia actividade na área da cultura literária.

Durante a década de 1950, Orlando da Costa passou a maior parte do tempo na Casa dos Estudantes do Império, uma instituição construída principalmente para abrigar estudantes das colónias que estavam a estudar na metrópole. Lá, ele entrou em contato com muitos dos futuros líderes dos movimentos nacionalistas das colónias, como o MPLA, a FRELIMO e o PAIGC.

Recebeu de Jorge Sampaio a Comenda da Ordem da Liberdade, em 2006.

Casou primeira vez com a Maria Antónia Palla, (Seixal, 10 de Janeiro de 1933), que é Membro Vitalício do Conselho Geral da Fundação Mário Soares desde 10 de Março de 1996, de quem teve um filho, o político António Costa. Casou segunda vez com Inácia Martins Ramalho de Paiva e teve outro filho, o jornalista Ricardo Costa. É primo-irmão da mãe de Sérgio Vieira e de José Castelo Branco.

 

Os primos:

Sérgio Castelo Branco da Silva Vieira (Tete, 4 de Maio de 1941) é um político moçambicano. Filho de Inês Paulino Castelo Branco, prima-irmã de Orlando da Costa, pai de António Costa. Antigo dirigente da FRELIMO, foi Ministro em Moçambique. Irmão de José Castelo Branco.

José Alberto Castelo Branco da Silva Vieira, (Tete, Moçambique, 8 de Dezembro de 1962) é um negociador de arte, cantor e figura pública do jet set português. Filho de Inês Paulino Castelo Branco, prima-irmã de Orlando da Costa, pai de António Costa.

Nasceu e cresceu na cidade de Tete no norte de Moçambique, onde com seu irmão Sérgio Vieira e sua irmã Gabriela Castelo Branco da Silva Vieira, médica, passou a sua infância até aos doze anos. Nessa altura mudou-se para Lisboa onde trabalhou como manequim. Antes de se celebrizar, viveu em Santo António dos Cavaleiros e foi um conhecido drag queen da noite de Lisboa, na discoteca Trumps, tendo criado o seu alter-ego "Tatiana Romanova". Aproximou-se da socialite Lili Caneças que o lançou no jet-set português.

Em Loures, em 1986, casou primeira vez com Maria Arlene Ferreira Pólvora. O casal divorciou-se mais tarde e ela casou segunda vez. Em Loures, em 1996, casou segunda vez com a milionária americana Betty Grafstein, nascida Elizabeth Larner. Vivem em Sintra e em Nova Iorque.

Castelo Branco tornou-se famoso pelos seus modos exuberantes, extravagantes e polémicos. Na sua juventude, chegou a vestir-se como uma mulher para passagens de modelos.

 

A mãe:

Maria Antónia Palla

Anos depois de escrever escapando à censura do Estado Novo, foi em democracia que se sentou no banco dos réus por "ofensa ao pudor e incitamento ao crime" após a direcção da Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, ter feito queixa de si por "exercício ilegal da medicina". Tudo porque Maria Antónia Palla foi a autora e responsável do programa Aborto não É Crime, incluído na série Mulher e emitido em Fevereiro de 1976. Absolvida em 1979, o seu processo funcionou como base de lançamento da campanha para a despenalização do aborto.

A outra causa que protagonizou após o 25 de Abril, mas aqui com menos sucesso, foi a da luta pela democracia em Angola. O seu apoio a Jonas Savimbi levou-a várias vezes à Jamba.

- O meu filho é o meu filho. O que ele faz como político é como político. Eu tenho, até por treino profissional, uma certa capacidade de criar distanciamento. Eu sou pela emoção, mas também crio os distanciamentos devidos. Mas em relação ao fim da Caixa de Previdência, eu cortei relações com o PS porque achei um acto de estupidez e de desconsideração para com os jornalistas. A saúde em Portugal não ganhou nada com isso.

 

Fontes transcritas:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Costa

https://pt.wikipedia.org/wiki/Orlando_da_Costa

https://en.wikipedia.org/wiki/Orlando_da_Costa

https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9rgio_Vieira_%28pol%C3%ADtico%29

https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Castelo_Branco

http://www.publico.pt/politica/noticia/entrevista-com-maria-antonia-pallao-ps-ate-hoje-nao-compreendeu-o-que-e-liberdade-de-imprensa-1674055

 

 

 

Os que apoiaram Hitler querem a Grécia de fora

sarajevo hitler merkel.jpg

Hitler gozou da benevolência de quase todos os políticos e governantes da Europa e da América do Norte. Hitler crescia, a Alemanha endireitava as costas e pegava na espada, Em França, no Reino Unido, nos Estados Unidos, em toda a parte, políticos-chave fechavam os olhos, encolhiam os ombros e não pensavam incomodar-se com os austríacos, os checos, os judeus, os ciganos ou os deficientes. Não foi, todavia, por falta de advertência de muitas pessoas bem avisadas que a II Guerra Mundial estalou e a dor e o sofrimento se espalhou por todo o mundo.

Parecia que todos tinham já esquecido o atentado de Sarajevo e a I Guerra Mundial.

Pois também em 2015 todos parecem ter esquecido, não uma, mas duas guerras mundiais e preparam caminho para a terceira. Poderá o mundo resistir a uma III Guerra Mundial? Não me parece.

A II Guerra Mundial deu a volta ao mundo, do Médio Oriente ao Japão e ao Brasil. Mas os meios de informação, a velocidade da comunicação, os meios bélicos são muito mais poderosos actualmente. A Rússia posiciona-se já ao lado da Grécia e contra a Europa. Atenção, a Rússia e Putin não são os culpados, a culpa é da União Europeia que cria as situações e a ocasião faz o ladrão, como diz o provérbio. A bolsa na China já deu sinal de que também este país será afectado e terá de entrar nesta guerra. O mundo islâmico, infelizmente, está cheio de gente com vontade de fazer a guerra já, quanto mais depressa e mortífera possível.

Somos nós todos que alimentamos os bancos alemães (e ingleses e americanos...), a BMW, a Porsche e a Volkswagen. A Ikea que parece ter-se consolidado por colaborar na obra nazi e tantas outras empresas e pessoas e famílias que continuam a operar. Todos os fabricantes de armas, de botas, de roupas, de rações de combate, têm a ganhar com a guerra. Todos temos a perder. Valha-nos Deus.

 

Orlando de Carvalho

Utopia Portugal

Utopia Ebenezer Howard.jpg

Jardim da Cidade, Utopia, visto por Ebenezer Howard 

 

Passos Coelho, chefe da coligação entre os dois partidos de direita, venceu as eleições. Todos votaram nele porque queriam acabar com o malfadado consulado de Sócrates. O povo estava farto. A governação não parecia mais que um atado de coisas malvadas. Centros de saúde extintos, maternidades encerradas, as grávidas convidadas a irem parir a Espanha os filhos de Portugal. Os abonos de família… cortados, roubados, não interessa o adjectivo que vai na cabeça de cada um, se eles deixaram de chegar aos casais com filhos, num descarado convite a não-natalidade e à infertilidade das famílias. As escolas a fecharem. Os impostos a subirem. Os cortes nas pensões e nos ordenados.

Passos Coelho ao assumir a presidência do governo esclareceu logo que as promessas eleitorais eram para cumprir porque ele e os ministros que entretanto escolheu eram pessoas de bem, cumpridoras da sua palavra, pessoas honradas que preferiam demitir-se a verem a palavra desonrada. Parecia o Egas Moniz a falar, na corte de Leão. Fez e cumpriu. Chegaram ao país mandatários do FMI, da União Europeia, do BCE e tentaram impor regras ainda mais duras para os portugueses que as de Sócrates, mas Passos Coelho ameaçou:

- Assim, não! Dei a minha palavra, sou homem de palavra, e vou cumpri-la. Se não tiver condições para fazer como prometi e por isso recebi os votos, demito-me e há eleições. Entretanto, Portugal pode falir e com o país, o Euro e o Tratado Europeu, por isso, é melhor procurarmos em conjunto alternativas para a delicada situação em que os ministros anteriores e banqueiros deixaram o país, situação de que países como a Alemanha, mas não só, estão a beneficiar. Mais, se insistirem, convoco um referendo popular.

Coelho caiu no desagrado dos dirigentes políticos e financeiros da Europa e do mundo, mas mostrou-se honrado e fiel à palavra dada e aos compromissos assumidos. Houve ainda algumas tentativas para o conotarem com os comunistas e a extrema esquerda, mas como?

Coelho comunista? Dava vontade de rir. Os credores de Portugal tiveram que ajudar o país a sair daquele buraco em que eles mesmos o haviam metido, influenciando ministros anteriores, mas a que os de Pedro Passos Coelho não foram sensíveis. Assim, algumas instituições de grande capacidade financeira, mesmo bancos, que viriam a simular falências, foram fácil e rapidamente controladas e os prevaricadores sujeitos à justiça. Portugal tornou-se um exemplo de como as nações são mais poderosas que os interesses de capital.

O exemplo português serviu para salvar alguns países que estavam na mesma senda. Incrivelmente, apareceram empresas chinesas, isto é, o Estado Chinês, que é comunista e dono de toda a economia chinesa, a tentar comprar as eléctricas de Itália, Grécia, até Portugal, mas na defesa de Portugal e dos povos europeus, Passos Coelho opôs-se e fez valer o seu ponto de vista:

- Porque raio é o Governo Chinês capaz de gerir as nossas eléctricas e os nossos governos não o são?

Também a correram a comprar empresas distribuidoras de água canalizada, dos correios, das – imagine-se! – transportadoras aéreas, mas Passos foi sempre argumentando, para agrado dos portugueses e europeus em geral:

- Quereis obrigar-nos a voltar ao tempo de D. João I, quando o filho se queixou que o pai lhe deixara apenas as estradas de Portugal? (Não confundir com as Estradas de Portugal, que essas não fazem parte da Utopia Portugal).

Pois… meus amigos. Isto é uma Utopia.

Sócrates foi Sócrates e Passos foi Passos. Com as novas leis, até podem casar um com o outro. E alguém lhes ligava?

 

Orlando de Carvalho, Julho 2015

Góis 2015

A nossa aldeia

 A nossa aldeia

Mais uma vez tive a oportunidade de passar uns dias na casa da serra, em Góis, e deixo convosco algumas reflexões que fiz.

Várias placas indicativas de direcções ajudam quem chega a encontrar a Igreja Evangélica. Todavia, e não obstante a população portuguesa e, muito provavelmente, os viajantes de fora que chegam a Góis serem maioritariamente católicos, não descobri indicações acerca da localização da igreja paroquial.

Temos, acerca da igreja paroquial da comunidade católica, a considerar duas questões. A questão turística e histórica-cultural e a questão espiritual. Da primeira, parece-me que deveria tratar a câmara municipal, uma vez que deve zelar pelo melhor interesse da população e do concelho. Da segunda, ainda a câmara municipal, englobado no seu dever de acolher quem visita a vila e lhe proporcionar as melhores informações e o pároco, o reverendo padre Carlos, no sentido de que seja publicitado o horário das celebrações litúrgicas, bem como o horário em que as pessoas que chegam podem usar a igreja para as suas orações particulares.

 

Um aspecto distinto é o das praias de Góis e de Vila Nova do Ceira. Eu sei que poucas pessoas conhecem esta maravilha e por essa razão não vêm até aqui desfrutar do Ceira. É bom, em determinado sentido, para os que as usamos, porque a concorrência à ocupação de espaço é menor e ficamos mais à vontade, mas talvez fosse preferível que mais forasteiros chegassem. Beneficiaria a economia local e, todos especialmente os que aqui residem todo o ano, uma vez que sendo rentáveis, os estabelecimentos comerciais não fechariam e prestariam serviço todo o ano, disponibilizando os seus produtos e serviços e mantendo emprego. Acerca da economia local já reflectirei, mas ainda quero referir dois aspectos relativos às praias. Parece-me saudável quando as crianças lançam seixos que saltitam à superfície da água. Como são agradáveis as recordações que tenho do meu avô a ensinar-me a lançar os seixos! Porém, quando essas crianças começam a atirar pedregulhos para o meio dos banhistas, acho que os nadadores-salvadores deviam intervir e parar a brincadeira perigosa, e não ficar a ver; penso eu que a sua função não é só salvar quem se estiver a afogar, mas uma supervisão geral do espaço balnear. Se eu estiver enganado, então alguém devia estar destacado para essas funções, uma vez que há pais que não se incomodam com os prejuízos que os filhos podem causar. Por outro lado, foi lamentável todas as vezes que entrei nas casas de banho da Praia da Peneda, à entrada do Cerejal, encontrá-las, de manhã limpas e a meio do dia conspurcadas (não apenas sujas, mas de fazer os utentes reclamarem ruidosamente zangados). Utilizadores descuidados? Falta de manutenção? Deixo apenas o apontamento do que encontrei, sem acusações.

 

A economia de Góis acompanha, em certa medida, a marcha do que se passa a nível do país. Tudo vai fechando. Uns morrem e não há quem lhes suceda. Outros cessam a actividade por deixar de ser rentável. Lá por que acontece o mesmo pelo país fora, não podemos partir do princípio que o mesmo deva ou possa acontecer em Góis. O concelho, por este caminho, extingue-se, dentro de alguns anos, e a culpa não será dos que viverem e governarem nessa altura, mas dos que vivem e governam agora. Aliás, basta passar as páginas deste jornal, a cada quinzena, para nos apercebermos da profundidade deste problema. Sejam notícias ou publicidade, que material encontramos no Varzeense que nos fale do desenvolvimento económico de Góis? A abertura de um supermercado de uma cadeia nacional? Se a nível nacional as cadeias de supermercados criam emprego instável, porque haverá de ser diferente em Góis? Festas, feiras, actividades promovidas pela edilidade e associativismo? O que em Góis produzia mais valia e alimentava famílias que viviam do trabalho por conta de outrem, extingue-se, mas parece que ninguém se dá conta ou se importa. Bem, há os eucaliptos, que se enquadram a nível nacional nas medidas que levaram ao arranque de oliveiras, baixa de barcos de pesca, utilização de fundos europeus, destinados a empreendedorismo, em sedes de associações, de partidos, em compra de casas, carros, barcos para uso privado por parte dos que deviam ser os tais empreendedores.

 

A feira semanal de Góis saiu do Pombal. E o espaço foi reorganizado. O resultado é esteticamente agradável, económica, turística e socialmente desastroso. A feira foi mudando de sítio, hoje nem se dá por ela. Os clientes têm novos espaços comerciais em que se servem, pagam e voltam para casa, sejam lojas de cadeia ou orientais. Gastam menos, compram menos e têm sempre as hipóteses de Lousã, Arganil, Poiares ou Coimbra para compras mais especializadas ou artigos de maior custo e mais lucrativas para quem vende. O convívio, a simples saudação no encontro com aquela pessoa que também foi à feira… acabou. Acontece que Góis não é uma grande metrópole impessoal, mas uma pequena vila onde todos se conhecem, ou era suposto conhecerem-se. A função social de fórum da feira de Góis morreu e não ficou substituto. As lojas vão morrendo aos poucos. Quem ia à feira comprar roupa ou sapatos, ia à feira e passava pelas montras da vila, entrava nos estabelecimentos, comprava um prego ou uma lâmpada, e, além da camisa que procurava na feira, comprava também uns chinelos num estabelecimento comercial, outro que procurava uns sapatos na feira, acabava a comprar também jornais e revistas. E todos tomavam no centro da vila, agora deserto, o café, o copinho, ou o pequeno-almoço. (Não vi nenhum táxi na praça; será que também foram extintos?) Há coisas que não se podem apagar da História, o 25 de Abril, os golos de Cristiano Ronaldo e a projecção de Portugal no mundo por causa desses golos, as florestas devastadas pelos fogos, a economia que morre por causa de uma decisão política descuidada. Dizia, neste dia em que escrevo estas linhas, uma feirante para o feirante do lado, na actual feira de Góis:

- Ó colega, devemos ter-nos enganado no dia da feira, deve ser só amanhã. Hoje, clientes, nem vê-los.

Isto Passou-se em Julho, não no Inverno.

 

Góis não está condenado à desgraça. Se os goienses tiveram êxito ao emigrarem, qual a razão por não o terem também na sua terra? Não foi um dos objectivos da Revolução de Abril, a criação de um desenvolvimento que contrariasse os malefícios da interioridade?

Espero ter estimulado os leitores a reflectirem também em Góis. Quem, depois de ler este texto, acreditar que isto tem algum enquadramento político-partidário, da minha parte, não entendeu o que escrevi, o que não implica que cada um não possa fazer a leitura que entender.

 

Orlando de Carvalho, Julho de 2015

 

Síndroma Fernando Mamede

sub 21 perdem título.jpg

Fernando Mamede era um atleta companheiro de clube de Carlos Lopes, ambos nomes grandes do atletismo mundial, a cuja história pertencem.

Eram muito diferentes como pessoas. Mamede era veloz, todavia, perante a meta desistia, quando não o fazia a meio da corrida. Mas apenas quando estavam em disputa títulos importantes. Pelo contrário, Carlos Lopes fazia das tripas coração e cortou inúmeras metas como vencedor elevando alto a bandeira portuguesa.

O síndroma Fernando Mamede atinge muitos atletas portugueses e muitos portugueses. Perante a meta... colapsamos.

Foi o que mais uma vez sucedeu. Sem sofrer nenhuma derrota, a selecção de futebol sub-21 foi batida na final do Campeonato Europeu pela Suécia, que já sofrera derrotas e não conseguiu bater Portugal a não ser nos penalties.

A imprensa portuguesa está a esquecer estes campeões. Hoje preferem falar do Benfica e do Sporting. Parafraseando o treinador Rui Jorge, se fosse fácil, íamos lá mais vezes. Oxalá todas as equipas desportivas com as cores de Portugal conseguissem chegar a finais.

É triste perder em cima da meta, mas todos viram quem foram os melhores neste campeonato.

Viva Portugal.