A falta da palmada é pior que a invasão dos emigrantes Europa
Num grupo de crianças, cuja orientação religiosa me fora confiada, a minha relação com elas e com as suas famílias era excelente. Tinham entre 10 e 12 anos e eu tanto as beijava - saudando-as, ou na missa, no abraço da paz, por exemplo - como dava alguma palmada, geralmente algum 'calduço' na nuca.
Enfim, eu tratava aquelas crianças como se fossem meus filhos e minhas filhas e os seus verdadeiros pais e mães tinham disso consciência.
Recordo um encontro em que o Nuno e o Pedro estavam especialmente impacientes e desestabilizadores do grupo. Tive que recorrer ao 'calduço', como eu lhe chamava. Primeiro o Nuno. Ia a mão no ar e vai o miúdo:
- Ó Orlando! Eu gosto tanto de ti.
Fiquei desarmado.
Afinal, eram todas crianças educadas e ternas. O Pedro cresceu e hoje é meu genro. O Nuno, acho que vai arquitectando na Suíça.
Hoje a Europa é uma perfeita Babilónia no século XXI. O que não significa o mesmo que um porto de mar onde marinheiros, viajantes de negócios, turistas e emigrantes aportam, visitam e partem. À Europa chegam gentes de todas as partes do mundo. Em todos os países do mundo se instala e cresce uma crise que tem tanto de financeira como de social, de justiça ou governação. Gentes de todo o mundo fogem à desgraça a que não poderão fugir nos seus países, fogem a ditaduras, à tortura, à guerra, à perseguição, à xenofobia, à corrupção e ganância dos que se fazem a si mesmos governantes, embora apenas selam reles ladrões, à perseguição religiosa, ao genocídio.
A Europa, tão maldita por tantos, em especial os fanáticos de algumas religiões, é, de facto, o melhor que há no mundo. Cá confluem povos de toda a terra. Aqui encontram a tranquilidade e a felicidade que lhes é sonegada nos seus países. A Europa é mesmo boa, no século XXI, para povos de toda a Terra.
Ou porque cumpre os preceitos bíblicos, já desde o Antigo Testamento, em relação ao acolhimento ou porque esta é uma forma de encontrar mão-de-obra barata, A Europa continua de portas escancaradas.
Aproveitando a boa vontade dos povos europeus, muitos agentes da guerra e da desgraça malditas que existem nos países de origem destes migrantes, misturam-se, entram na Europa, e fazem campanha contra a Europa.
Os europeus, vão vivendo como os romanos em final de Império: gozam e não querem ter trabalho, nem sequer o de cuidar e alimentar filhos. Os recém-chegados, pelo contrário, vão fazendo cada vez mais filhos. E estão em vias de se superiorizar, em número, aos europeus, na Europa. Muitos auguram o fim da civilização. Talvez tenham razão. Ele pode chegar por esta ou por outra razão.
Voltemos ao princípio, o da palmada, que é a outra razão premente pela qual a civilização pode acabar rapidamente. Alguém, dentro da Europa, promove uma filosofia e consegue passá-la a lei, que promove a transformação das crianças europeias em animais selvagens sem princípios éticos ou estéticos, sem respeito, sem altruísmo, sem amor. Uns pequenos umbigos com pernas.
Ao legislar contra a possibilidade de os pais educarem, de darem a palmada ou o que for, inventando que isso é 'violência', algumas pessoas destroem a possibilidade de as crianças poderem crescer pessoas bondosas e generosas, europeus e cristãos.
Mais que o aumento de forasteiros a fixarem residência na Europa, que dirigentes religiosos fanáticos, é a ausência de novos europeus com identidade europeia e humana que destrói e aniquila a Europa. Os forasteiros são humanos, à partida, não obstante os criminosos de raiz religiosa e cultural que possam existir entre eles. Os europeus que começam a preencher os lugares europeus, as crianças que estão a passar a jovens e a adultos maduros não passam em grande parte dos casos de insidiosas feras da selva a quem é impossível negar qualquer desejo, sob risco de eles chorarem, fazerem birra e os pais passarem a vergonha social e inclusivamente a prisão por darem, ou ameaçarem, a tal palmada.
É o que estamos a construir.
Orlando de Carvalho
Imagem retirada do sítio: http://prazerdapalavra.com.br/colunistas/luiz-tarquinio/5168-a-biblia-e-a-palmada