A Andreia frequenta um colégio católico, dos mais reputados e caros do país.
Há dias, em conversa, a Andreia confidenciou-me (e eu posteriormente comprovei) algumas coisas que me parecem insólitas e em que eu não acreditaria se não tivesse delas tido conhecimento, do modo que tive.
O professor de português já bateu em dois alunos. Quando se enerva com os alunos mal-comportados range os dentes, grita, bate com a cabeça no quadro. Já bateu com a cabeça de um aluno na parede. Atira com cadeiras, durante os ataques nas aulas, partindo-as, e se nota os alunos espantados, interroga: "Nunca deixaram cair nada?"
Trata as raparigas de modo amável, de modo que quando os pais dos rapazes violentados reclamam, os pais delas contestam-nos com base nas informações que têm das filhas.
Já torceu um mamilo a um aluno, por cima da T-shirt.
Interrompe as aulas de educação física, entrando aos encontrões e contacto corporal (não promíscuo) com os rapazes.
O professor de inglês passa parte da aula lisongeando as meninas lindas. Já perguntou a uma se a mãe dela é solteira.
O professor de biologia é acedido através do facebook onde outros homens lhe elogiam o corpo e a beleza e ele agradece.
Ah! O professor de português já apertou o pescoço a um rapaz, no final de um convívio na sala de aula, tendo o rapaz pegado numa faca (de cortar bolo, que tinha ficado do convívio) ao que o professor ameaçou: "Experimenta!". O miúdo acabou por largar a faca.
Esta não é uma escola pública paga pelos contribuintes. É uma escola selecta, onde os pais dos alunos pagam e bem e tem a chancela da Igreja.
Assim vai o futuro de Portugal.
Orlando de Carvalho
Os ataques que extremistas muçulmanos têm lançado contra cristãos, fiéis de outras religiões e a cultura e a História, não podem deixar de suscitar o paralelismo com a situação que se desenrolou a partir do final do século XI com os ataques turcos aos chamados lugares santos. Então, a resposta foram as Cruzadas, com enormes atrocidades cometidas por todos os intervenientes e milhares de mortos ao longo de quase 200 anos. Também hoje parece imprevisível o desfecho de mais uma guerra religiosa que já começou.
Em 27 de Novembro de 1095 reuniu em Clermont, França, o Concílio convocado pelo papa Urbano II, para tratar dos ataques que os muçulmanos turcos estavam a fazer contra os cristãos, a oriente. É a resposta do papa ao pedido de auxílio que o imperador bizantino Aleixo I Comneno lhe enviara.
São tantos e tão entusiastas os que respondem à convocatória do papa, que o Concílio tem de reunir ao ar livre.
Eis o famoso discurso de Urbano II, que lançou as Cruzadas, uma resposta à investida muçulmana contra os cristãos, os lugares santos e a Europa.
Valente Povo dos Francos, raça escolhida por Deus! Vós sobressaís entre todos os povos pela fidelidade a Deus e à Santa Igreja! A vós se dirige agora a minha exortação, com a suprema autoridade.
Convocámos este Concílio em Clermont, para vos dar conta dos gritos desesperados dos cristãos, nossos irmãos que estão a ser dizimados pelos infiéis.
Dos confins da cristandade, de Jerusalém e de Constantinopla, chegou até nós, uma grave notícia: a raça maldita dos turcos, povo pagão e descrente, está a invadir as terras dos cristãos, pilhando e lançando fogo a tudo e pondo os fiéis em fuga das suas casas e das suas terras, pela força das armas.
Parte destes cristãos foram deportados como escravos, os restantes foram cruelmente torturados e mortos. As igrejas foram assaltadas, os altares profanados, e dentro delas estão a realizar o culto da religião deles. Os varões cristãos são forçados à circuncisão e o sangue da circuncisão é derramado nos altares e nas pias baptismais. Perfuram-lhes os umbigos, exibem suspensos os genitais que arrancam aos cristãos, que chicoteiam e gozam vendo-os morrer esvaindo-se em sangue nas ruas, ao lado das suas vísceras derramadas. Usam os cristãos como alvo para lançarem flechas. Divertem-se a decapitar os seguidores de Cristo com um só golpe depois de os obrigarem a ajoelhar e dobrar a cabeça. Com as mulheres, a violência e a humilhação é ainda maior.
Deixou de ser possível viajar no reino dos gregos sem sofrer os ataques desta gente descrente.
A quem cabe, pois, o dever de vingar estes cristãos e reconquistar as terras invadidas, senão a vós, Francos, que entre todos vos distinguis pela glória das armas e grandeza de alma e humilhais todos os que vos resistem?
Que a valentia de vossos antepassados vos encoraje e exalta as vossas almas, tornando-vos dignos do vosso antepassado, o rei Carlos Magno e seus filhos, que expulsaram os pagãos e restabelecerem a fé cristã, vos incitem a pegar nas armas contra os inimigos da fé.
Ao pensardes no que vos prende às vossas mulheres e filhos e na morte que sempre espreita em todas as batalhas, elevai os vossos olhos ao céu e pensai no Santo Sepulcro conspurcado e profanado pela imundice daquela gente. Que nem o pensamento nas propriedades ou bens materiais ou qualquer outra preocupação vos prendam.
Esta terra que habitais mal chega para vos alimentar e passais o tempo em guerras, uns contra os outros, nas quais manifestais ódio e vos assassinais mutuamente.
Afastai de vós o ódio e as guerras que vos dividem e empreendei o caminho do Santo Sepulcro.
Arrancai aquelas terras àquela raça malvada e submetei-a. Jerusalém é a mais deliciosa das terras, o centro do mundo, que foi dada por Deus aos filhos de Israel, pois nela corre o leite e o mel. Esta Jerusalém eleva agora a sua voz para vós e vos implora socorro.
Empreendei esta viagem também pela remissão dos vossos pecados, certos de que assim alcançareis a glória dos Céus.
Ficai cientes de que aqui estais hoje porque Deus a isso inspirou os vossos corações.
Ao enfrentardes o inimigo gritai bem alto: “Deus o quer”, pois não agis por vosso recreação, mas por mandato divino.
Convocamos os homens saudáveis e não as mulheres, velhos ou crianças, que só seriam um impedimento ao avanço da guerra. Os ricos sustentem os pobres nesta deslocação e sustentem os familiares que ficarem.
Que ninguém parta sem autorização da respectiva autoridade eclesiástica. Não partis em recreio, mas em peregrinação e missão sagrada. Por isso, os homens ostentarão cozida no peito a Cruz de Cristo, que os identificará. Grande será a vossa glória no Reino dos Céus.
Clermont, 27 de Novembro de 1095.
E todos os padres conciliares e o povo clamaram: Dieu li volt! – Deus o quer!
Em 15 de Agosto de 1096 partiam os primeiros cruzados.
Orlando de Carvalho
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