De Auschwitz à actualidade
Eu já sabia que muitas grandes empresas que existem cresceram à sombra do nazismo. O assunto é frequente. Trata-se de empresas que foram apoiados pelo regime hitleriano e cresceram à sombra das atrocidades cometidas por esses mal-iluminados. Hoje, pessoas que visitaram campos de concentração nazis forneceram-me algumas informações que eu não conhecia e não é fácil obter porque os livros e os sites da Internet que as reproduzem são silenciados. Entretanto, alguma informação, ligeira, vai passando, para dar a ideia de que nada é ocultado.
Estranho como o dinheiro que resultou da utilização de trabalho escravo e é a justificação para essas empresas serem hoje sólidas do ponto de vista financeiro não incomoda os utilizadores dessas marcas. Como se um qualquer pedido de desculpas apagasse a memória!
Os cabelos, as toneladas de cabelos cortados aos prisioneiros antes de serem assassinados nas câmaras de morte dos campos de cooncentração, serviam para fazer tecidos, forros de fatos, chinelos. Cabelos de crianças! Hoje o nome Hugo Boss surge como marca conceituada e quem a usa parece importar-se pouco com o facto de ter passado de um pequeno negócio a uma indústria tão grande que precisou de importar centenas de franceses e polacos feitos escravos pelos nazis. Nazis que a empresa servia, com gosto, como se depreende das palavras de um dos filhos de Hugo Boss citadas pelo New York Times: "Sim. O meu pai era filiado e apoiava o partido nazi, mas não era o que aconteceia com todos os alemães, então?"
Siemens, Volkswagen, BMW, IKEA, Byer, as americanas Ford, Coca-cola... O regime nazi de Adolfo Hitler ajudou estas empresas a crescerem. Combóios de prisioneiros capturadas em França, na Polónia e noutras nações conquistadas e ocupadas abasteciam grandes empresas com trabalho escravo.
Parece que tudo se passa como se vivêssemos numa sociedade subjugada pelo deus consumo e a ânsia de consumir fosse mais forte nas pessoas que a sua dignidade.
Orlando de Carvalho